sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Andrea Doria

Postado por Amanda Hirashima às 03:27 0 comentários
Às vezes parecia

Que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferir



Não queria te ver assim
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada



Às vezes parecia
Que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto
Até chegar o dia em que tentamos ter demais
Vendendo fácil o que não tinha preço
Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim 



Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como eu sei que tens também.



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ter ou não ter namorado, eis a questão

Postado por Amanda Hirashima às 04:57 0 comentários
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. 
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.



(Muita gente acredita ser um texto de Drummond, mas a autoria é de Artur da Távola - pelo que li por aí, rs.)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Naquele dia eu...

Postado por Amanda Hirashima às 03:32 0 comentários
... peguei o teste e chamei a minha mãe. "Mãe... Tô grávida".

Eu nunca imaginei que ser mãe era tão simples e ao mesmo tempo tão difícil. Nunca acreditei que entenderia as razões da minha mãe, da minha batian, das minhas amigas que já tinham conhecido essa sensação. "Não segura desse jeito!", "Cuidado com o pescocinho!", "Não carrega em pé que você vai derrubar". Ah, quanta besteira, que gente chata! É... agora a chata sou eu rs; implicando com o povo e querendo proteger a minha cria de qualquer um, seja sangue do nosso sangue ou pior, das pessoas admiradas com a nossa florzinha na rua.
Ter um filho, esperar 9 meses, sentir dores, abrir mão da vida da gente pra viver em função dele... Quando é que aos 19 anos você acha que vai passar por isso? Amadurecer em 40 semanas é difícil pra caramba! A gente acha que não vai dar conta, que fez a maior burrada, que a criança vai sofrer tendo a gente como mãe mas, a partir do momento que você vê aquela coisinha toda branquinha e de olhos coladinhos ainda na sala de parto, naquela hora, você sabe: ela é sua, sua responsabilidade, seu serzinho que não está mais quentinho dentro de você e o pior de tudo, é sua e de todo o resto do mundo. Porque a partir desse momento, sua vida é em função da vida dela; seu esforço, seu trabalho e estudo, seu alimento, tempo, paciência, corpo e alma... É hora de preparar a sua borboletinha pra um dia, não muito distante, bater as asas e falar: "Mãe... Tô grávida".

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

first!

Postado por Amanda Hirashima às 12:25 0 comentários
"A fotografia, antes de tudo é um testemunho
Quando se aponta a câmera para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado
faz-se uma escolha
seleciona-se um tema 
e conta-se uma história
cabe a nós
espectadores, 
o imenso desafio de lê-Ias"
(Ivan Lima)

the best way to make your dream come true is to wake up

 

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